terça-feira, 11 de maio de 2010

Ana Cristina César: poesia e dor

"Olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas."



Ana Cristina Cruz César - ou simplesmente Ana C. - nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de junho de 1952. Em 1959, então com 7 anos de idade, teve suas primeiras poesias publicadas no “Suplemento Literário” do jornal carioca a “Tribuna da Imprensa.” Na juventude, licenciou-se em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC). Mestre em Comunicação pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, recebeu em 1980 o título Master of Arts, pela Essex University, na Inglaterra.

Mais do que uma acadêmica de carreira promissora, Ana C. viria a tornar-se um dos maiores ícones da poesia contemporênea brasileira. Ensaísta, crítica de literatura, tradutora e poeta - Ana desafiou o curto tempo de vida que teve e deixou ao Brasil e ao mundo uma poesia marcada por uma verve feminina que nada tem de pacificadora dos ânseios e das dores humanas.

Poeta de lirismo medular, intraviceral, Ana Cristina César trouxe para a vida o mesmo mundo sem saída que, por vezes, se mostra fechado em sua poesia. Tradutora primorosa de Sílvia Plath, Ana C. seguiu em vida os passos trágicos daquela que pode ser apontada como uma de suas maiores influências literárias. Assim como Plath, Ana - aos 31 anos - também pôs termo a vida. Como herança, deixou-nos uma obra forte e, por que não dizer, cheia de um frescor literário que ainda muito tinha a se orvalhar.

No próximo sábado (dia 15, às 10 da manhã) e domingo (às 21 horas), o EDUCATIVA NAS LETRAS apresenta um especial sobre a poesia de Ana C. Imperdível para quem quer conhecer um pouco mais de poesia brasileira de verdade.

Um comentário:

  1. Amigos poetas blogueiros, parabéns por utilizarem a internet como forma de dividir com o mundo o seu pensar, o seu compreender, desempenhando a missão do poeta que é se afirmar como ser humano, sobretudo perante si mesmo, captar os arquétipos coletivos de sua época e princípios universais, permitindo após compreender-se ou não compreender-se, que pela sua obra os da sua época tenham referência alternativa para fazer a leitura do mundo e as gerações posteriores entenderem a própria história da humanidade. Tudo temperado pelo sonho, pela sensibilidade e pela utopia. PASSOU A ÉPOCA DE ESCREVERMOS E GUARDAR NA GAVETA NOSSAS CRIAÇÕES DEPOIS DOS MAIS PRÓXIMOS FINGIREM TER LIDO PARA NOS AGRADAR. Através do meu blog quero aprensentar-lhes a video-poesia, que usa várias linguagens de uma só feita, a serviço do texto. Se gostar divulgue e compartilhe com os seus contatos. Acessar em:

    www.valdecyalves.blogspot.com

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